Com 10 anos de idade eu pegava o ônibus da linha Praia de
Iracema na esquina da Avenida Barão de Studart com a Avenida Aquidabã ( hoje Rua
Raimundo Girão ), em frente ao Clube dos Diários e descia na Praça Waldemar
Falcão, no Centro da Cidade.
O motorista era o seu Manuel. Um homem decente e muito bem
apresentado. Eu entrava e fica sentadinho, calado, no meu lugar até o ponto
final. Descia do ônibus e seguia a pé, pela Avenida Duque de Caxias, até a RuaTeresa Cristina para tomar aulas
de pintura com a Dona Maria Alice Nobre.
Esta paciente mulher me ensinou tudo o que sei hoje relativo
as mistura de cores e técnica de pintura com óleo.
Mas
há de se destacar, na verdade, a criança de 10 anos, que seguia a pé pelo
centro da Cidade e não era molestado.
Eram outros tempos estes dos idos de 1957! Não se falava em
drogas! A criminalidade rondava unicamente com os ladrões de galinha que
escalavam na madrugada os muros residenciais para assaltar o galinheiro.
Também
tínhamos medo, principalmente as mocinhas, dos “rabos de burro”. Termo popular
que denominava aqueles rapazes mais audaciosos no trato feminino. Era mais uma
forma das mães meterem medo nas crianças.
Nestes
tempos não se falava em drogas, nem criminalidade, nem traumas psíquicos, nem
políticos desonestos, nem em globalização, nem em desemprego... Tudo era muito
mais leve.
Vivíamos na verdadeira Fortaleza Bela!
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